domingo, 16 de setembro de 2012

Sem exageros

Ahhh a gravidez, esse período tão lindo, que deixa a mulher tão meiga, quase celestial... OPA, só um momento. Sim, eu estou grávida, mas continuo sendo eu, aquela pessoa que sempre foi conhecida por ser prática, objetiva e nada romântica.

Não tenho como negar, essa é a minha personalidade, embora taxada de fria e calculista por alguns, não vejo problema nenhum em ser assim, pelo contrário, alguém precisa pensar racionalmente nas situações.
Isso também não quer dizer que eu não saiba me emocionar, eu sei sim, a diferença é que não sou melosa, simples assim. Vou aplicar esse comportamento ao momento:

A melhor amiga sugere uma médica para realizar o primeiro ultrassom, eu aceito a sugestão e faço o exame. O comportamento da médica, pro casal grávido em questão, foi exagerado.  Durante o atendimento ela dizia: “Oi querida, que linda, grávida, vamos ver esse bebezinho, ohhhhh que amor, tá lá, lindo. Viu querida, que lindo, parabéns querida”. Difícil descrever, mas pra mim foi forçado, como se ela precisasse me encher de “queridas” para mostrar como o momento era importante.

A amiga pergunta o que eu achei, expliquei exatamente isso, que achei que poderia ter sido mais natural. Ela comenta que gosta assim, que seria muito ruim ser tratada com frieza e distanciamento durante esse primeiro exame tão especial. Aí entra a parte que eu acho a mais fácil de entender. Existem três maneiras de fazer as coisas: a maneira grosseira, que neste caso seria uma médica totalmente indiferente. A maneira objetiva, que seria um médico que conversasse com a gente, mas sem tanta melosidade, e a terceira, com essa atenção exagerada. Comigo prefira, SEMPRE, a segunda opção.

E isso se aplica a tudo. Entramos no campo do “tudo que é demais, ou de menos, é ruim”. E eu espero que isso me ajude a ser uma mãe que não crie o filho cheio de manias, super proteção e posse. Aliás, sentimento de posse é algo bem perigoso. Sempre que pensava em ter filhos, e agora isso é um fato concreto, minha ideia é de criar alguém que acrescente ao mundo, que viva e construa experiências e tenha muita história pra contar. Nunca pensei em ter um filho para não ficar sozinha na velhice, para ter alguém a quem recorrer, acho isso um pensamento muito egoísta. E aí eu não sei se tem a ver com a maneira como a gente é criada, ou com a nossa personalidade, ou se uma coisa depende da outra. Fato é que eu sempre fui bastante independente. Hoje até penso que minha mãe gostaria de ter me tido mais perto por mais tempo, mas eu estava sempre fazendo alguma coisa, ou em busca de algo.



Acho que uma das frases que minha mãe mais ouviu de mim, principalmente na adolescência, foi: “mãeeeee não tem nada pra fazer, que chatice”. Lembro exatamente de deitar ao lado dela e ficar querendo arrumar alguma coisa nova, diferente...  E a ela agradeço a possibilidade de ter vivido as minhas experiências, de ter corrido muito na rua, de ter trabalhado desde cedo, isso me trouxe maturidade e amor pela vida. Imagina se eu tivesse sido criada dentro de casa, trancada, sempre preparada para ser apenas uma boa dona de casa e mãe, não ia ter dado certo.

Tenho certeza que essa relação que sempre tive com os meus pais se baseou no sentimento mais puro, a confiança. Meu pai sempre me disse: “eu confio em ti, sei que tu não vai fazer nada pra me decepcionar”, isso guiou meus passos, sempre. Às vezes contanto com a sorte, claro.

E é isso que quero passar pra frente, a possibilidade de que nosso filho seja uma pessoa, que apoiada em mim e no Isac, irá ter a sua vida, para confiar em nós e ter muita história pra contar. 

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