quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Não sinto, mas já amo


Estou me aproximando do final do primeiro trimestre de gravidez, que segundo os médicos, especialistas e todo mundo, é o mais sensível e importante. É o principal momento do desenvolvimento da nova vida. É neste período que mais acontecem os abortos espontâneos, muito mais por má formação do feto do que por algo que a gestante tenha feito, se ele não continuou o desenvolvimento é porque algo não ia bem.

Sendo eu a grávida consigo pensar nas mulheres que descobrem a gravidez quando a barriga começa a crescer, ou ainda só quando a criança mexe, vou explicar: Eu não sinto NADA que indique que eu esteja grávida, lógico que tem o sono, a fome, a falta de menstruação, os seios doloridos e as oscilações hormonais, mas isso as mulheres enfrentam em diversos períodos da vida, não só quando estão grávidas.

Por isso consigo entender quando alguém diz que quando a criança nasce é que nasce a mãe. Lógico que existem as mulheres que já têm certeza desde sempre, mas podem realmente existirem os casos de “uma hora a ficha vai cair”.

Quando eu fiz o teste de farmácia, que deu positivo, ao olhar as duas linhas vermelhas lembro de ter pensado: “Meu Deus, estou realmente grávida”. Na hora fui invadida pelo sentimento de proteção. Comecei a caminhar mais devagar, ter mais cuidado com as coisas que estava fazendo e tive a certeza que carregava algo muito delicado, que exigia de mim todo cuidado do mundo, esse foi meu primeiro sentimento pelo bebê.



A notícia me deixou radiante, estar grávida era algo que pensava seriamente há bem pouco tempo. Sempre imaginei que antes de me tornar mãe teria construído uma carreira de sucesso, que ganharia um bom salário e teria curtido muitas emoções de ser jornalista. Até que um dia meu relógio biológico despertou, fiquei impressionado em saber que ele realmente existe. Isso aconteceu quando eu fiz 28 anos, em dezembro do ano passado. Como num passe de mágica eu comecei a repensar essa questão de ser uma grande profissional antes de ser mãe. Achava que eu seria frustrada caso não conseguisse realizar o desejo de ter feito diferença na carreira que escolhi seguir. Até que um dia, conversando com uma jornalista que admiro muito, que já tem mais de 45 anos, e não teve filhos, ela me alertou para o fato de que pensar assim poderia me trazer frustrações muito maiores, como a impossibilidade de ser mãe depois de uma certa idade, como aconteceu com ela, por exemplo.

Ela me disse ainda que eu não era uma pessoa sem realizações, pelo contrário, citou exemplos de coisas que eu já fiz, do meu comportamento e me fez enxergar que, de fato, eu estava pensando de maneira errada.

O toque do despertador natural, a análise da jornalista e uma observação da minha vida me fizeram ter a certeza de que estava preparada para ser mãe, assim que a natureza achasse que era a hora. Para minha surpresa ela estava com pressa, e então, desde de julho sou mais uma entre tantas mulheres que estão gerando uma nova vida, e como fiquei feliz em saber disso!!

E assim, todo dia acordo, e vou dormir, pensando em fazer o melhor para minha saúde, para o bebê que cresce dentro de mim, que não dá sinais de que está ali, que gera uma certeza quase imaterial de existência. Lógico que quando fiz o ultrassom tive a certeza, vi, ouvi, mas o fato de não sentir e um desafio. Por isso quero que o tempo passe rápido, que logo ele comece a dar sinais de contato, de que está interagindo comigo, com o mundo. Sentir o neném mexer na barriga deve ser algo fascinante, que não vejo a hora de sentir!!

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